Em Família: Dislexia: um problema que seu filho pode ter sem que você perceba.

Ilustração: Cuidado Infantil

Você acha
que seu filho
é preguiçoso,
não gosta de estudar?
Cuidado!
Talvez ele seja um disléxico.

A dislexia não afeta a capacidade intelectual da criança. Ou seja, não afeta sua inteligência, e por isto não é um problema facilmente perceptível. O que ocorre é que o processo de aprendizagem se dá de forma diferente do comum - ou do que a maioria das pessoas diz ser "normal". Entretanto, é fácil detectar os principais sintomas: a demora em aprender a falar, a dificuldade em pronunciar as palavras mais simples corretamente, dificuldade em ler rapidamente e/ou em ler corretamente as palavras em voz alta e na interpretação de texto (capacidade de compreender o que lê).

A dificuldade em reconhecer esses problemas como sintomas estão no fato de que a existência de um ou mais deles numa criança não significa que ela seja disléxica. O problema se identifica com mais nitidez quando entre esses fatores está o que a ilustração mostra: em seu processo de aprendizagem na idade considerada própria para isto, às vezes a criança escreve letras e/ou números invertidos. Por isto, embora o problema ocorra desde quando a criança ainda é um bebê, na maioria dos casos ele só é percebido quando ela já está frequentando aulas escolares.

O problema tem relações com distúrbios (ou "transtornos") de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), que se caracteriza por evidentes demonstrações de desatenção, hiperatividade e impulsividade excessivas. A desatenção se percebe quando se tenta ensinar algo à criança mas ela não se concentra sua atenção na explicação. Na hiperatividade (que será o tema de um dos próximos artigos), a criança mostra uma inquietação que geralmente irrita as pessoas ao seu redor, mas na verdade é que ela sente uma grande necessidade de exercer uma atividade da qual ela goste ou que atraia sua atenção. Neste caso, segundo os especialistas, o problema está em como a explicação do que se ensina a ele lhe é dada: é preciso inovar no ensinamento, tornando-o mais atrativo para a criança em questão. Isto costuma se tornar um desafio para professores, pais, mães e toda a família.
A dislexia também se evidencia na dificuldade em lidar com números. Não somente na escrita dos números invertidos, mas em dificuldades em contas simples. Em erros tais como "2 + 2 = 5", "6 + 2 = 9", etc. Isto se chama "discalculia", que afeta a capacidade da pessoa compreender e manipular números. Em alguns casos, isto não acontece desde a infância, pode ocorrer a partir de qualquer momento na vida da pessoa como causa de um traumatismo craniano, acidente vascular cerebral (AVC), etc. Entretanto, geralmente o disléxico é também um discalculista, já que o problema está relacionado à forma como o processo de aprendizagem acontece.

Como se percebe claramente, a criança disléxica pode aprender tudo como qualquer outra criança considerada normal e viver como tal. O tratamento consiste em ajustar as formas de ensino às necessidades específicas da criança disléxica. No Brasil isto se torna um problema grave, pois o sempre péssimo sistema de ensino que predomina já não é adequado nem mesmo para alunos sem tais problemas. Embora a maioria dos casos registrados ocorra em homens (geralmente afeta toda a vida), ocorre também em mulheres. Isto, no entanto, não impede que os disléxicos sejam pessoas bem sucedidas na vida social e profissional: a escritora inglesa Aghata Christie era disléxica. Walt Disney também. Outros exemplos: Thomas Edison, o cientista americano que inventou a lâmpada elétrica; Albert Einstein, o cientista alemão que desenvolveu a Teoria da Relatividade do Tempo. Entre artistas famosos atuais, são citados como disléxicos os atores americanos Will Smith, Tom Cruise, etc.

Fontes: